FLORESTA INVENTADA
Inventores de florestas ocupam museu
Trabalho do duo o tropicalista integra a exposição comemorativa “Desterro Desaterro” em homenagem aos 70 anos do Museu de Arte de Santa Catarina. E propõe a criação de uma paisagem inventada.
Uma programação especial marca os 70 anos de existência do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), sediado em Florianópolis. A partir do dia 18 de abril entra em cartaz a exposição “Desterro Desaterro”, reunindo obras de mais de 80 artistas com o objetivo de propor reflexões sobre a produção artística realizada nos últimos anos no Estado.
Entre os nomes confirmados, a dupla formada por Marcelo Fialho e Marco D. Julio foi convidada para ocupar a antessala do museu. Segundo Josué Mattos, curador da instituição, a iniciativa - inédita na história do MASC - é uma forma de pensar a sala como um espaço imersivo. “Queremos criar uma experiência, logo na entrada do edifício, quebrar a formalidade e a desertificação do espaço. O trabalho deles tem características interessantes, pois transita por várias áreas”, explica Josué.
Floresta Inventada
Para melhor descrever a instalação proposta é interessante remeter ao território criativo que os artistas compartilham como morada, estúdio, laboratório, espaço expositivo, lugar de conversas e encontros. Um pequeno jardim incrustado no concreto, em pleno centro de Florianópolis, em que as muitas, muitas plantas se emaranham sobre móveis, objetos, esculturas, têxteis e papéis que cobrem as superfícies, do chão ao teto. Dessa forma, parte do acervo dos artistas será transportada para o espaço do MASC, assim como materiais e plantas coletados durante suas andanças pela cidade. Além disso, está previsto um cronograma de ações para o local.
“Floresta Inventada é a instalação temporária de um território outro, paisagem construída a partir de memórias e invenções. Pode ser compreendida como um prolongamento rizomático, que se estende a partir da nossa casa/estúdio/ateliê e que irá se conformando por meio de ações e intervenções ao longo do período proposto. Nossa intenção é produzir no local uma nova topofilia, por meio do tensionamento entre as noções de pertencimento, permanência e hospitalidade”, explica Marcelo.
“Floresta é, também, uma palavra usada para indicar amontoado, aglomeração, ajuntamento, e ainda, desordem, emaranhado. Tem tudo a ver com o que a gente faz e vive”, complementa Marco.
No que se refere às atividades, a divulgação e as inscrições serão feitas por meio das redes sociais do estúdio - Facebook e Instagram. A primeira ocorre no dia 12 de abril, a partir das 17h. Será uma oficina - aberta ao público - para a produção de folhas de plantas a partir de material de descarte, que será aplicado no teto da sala, dando início ao processo de ocupação.
Luciana de Moraes